
(http://www.verbeat.org/blogs/umbigodepaula/2007/10/uma-historia-de-borboletas.html)
Dizem que ela enlouqueceu de vez. Um dia começou a tirar borboletas do estômago e tinha surtos enormes quando durante uma certa hora, todas resolviam sair ao mesmo tempo. Outra tarde a viram deitada ao sol no jardim brincando com as que saiam de fora para dentro, dando preferência para as azuis. Ainda não se sabe ao certo em que momento se deu, mas por lá ainda se ouve que um dia voltou do trabalho, virou de frente para o marido que estava deitado na cama, despiu-se de cada de peça de roupa que usava, sem dizer uma palavra, olhando diretamente nos olhos dele, que assustado comunicou ao hospício mais próximo que sua mulher tinha enlouquecido. Tinham um ano de casados. Eu que nunca a conheci direito sempre achei que com ela não havia problema. Sempre foi vista com milhares de pessoas, o que não me faz entender o fato de hoje só interagir com os pequenos insetos da sua vida. Dizem que ela não fala com ninguém, que não interage, não olha nos olhos, não responde a chamados e não teve indicação para o hospício.
Por isso ocupa o grande jardim da casa onde passou a infância, sempre deitada ao sol colhendo de dentro as borboletas que saem do estômago.
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